Breve Eternidade

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me fragmento pelo espaço a procura da cura de mim mesmo.
ilusão que vaga pelas artérias das noites inconsoláveis.
folha solta que passei pela borda do absoluto
antes de ele sangrar de invisibilidades passageiras.
redemoinho de pensamento que pousa no silencio.
pesa sobre mim os segundos calmos cheios de asas.
minha memória rasga-se de fragilidade disfarçada.
atravesso mil oceanos para encontrar a mim mesmo
só depois percebe que atravessei apenas
um terço da minha própria lagrima,
o mundo samba na minha cabeça e o infinito
abraça meu coração com um calor vulcânico de transcendência,
trazendo-me de volta depois da embriagante viagem
dentro dos olhos que vagam lentamente pelas paredes das horas,
nem homem ou mulher conhece a si mesmo em sua infinitude poética?
quantas almas precisam de espelhos para saber que realmente existem:?
nada alem de tristezas nessa manhã cinza.
quanto infinitos são possíveis num só instante?
apenas quero repousar minha cabeça sobre minha própria sombra e
alcançar nuvens consoláveis,
o silencio do mundo me ensurdece,
o silencio da minha própria alma me ensurdece.
estou surdo de infinitos.
sou um fragmento de imperfeição
que desce pelos braços do destino,
minha essência poética reside numa casa de vidro,
sou aquele horizonte quer alcançar-se,
aquele poente que jamais quer deixar de ser poente,
a palavra dita mas jamais ouvida é minha alma a noite,
o verso escrito mas jamais lido
é minha alma pela manhã
uma construção de labirintos que pesa sobre minha pálpebra
cansada de destinos e acasos formando internos crepúsculos.

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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