LONGÍNQUO

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Aceito a infinitude das tempestades
Mas não aceito a finitude das sensações.
Quero a marítima sensação
De se afogar nos universos da existência,
Quero que o mar de lágrima que me acompanha
Esqueça de mim por alguns segundos,
O meu coração abriga pequenos cinemas mudos de desejos,
Subo a escada que vem por fora das ausências,
Dou contornos no teu silencio,
Sinto o descaso de mim para mim
Quando olho-me pela frecha da noite desoladora,
Caminho ate o horizonte
Só para confirma sua inexistência,
Reencontrei a canção que me alegra
Mas ela me entristeceu de mundos distantes,
Às vezes o inalcançável é querer morrer
Nos braços da solidão
Numa nebulosidade que dura alguns minutos
Mas parece toda a eternidade consumida ate o ultimo suspiro,
O longínquo é meu sexto sentido.
Toco no rosto dos poemas para sentir alguma realidade,
Adormeço no firmamento dos poentes das lamentações,
Escrevo livros e ouço a pagina em branco
me dá conselhos dispersos,
Mas não me iludo
Despenco na hora de despencar
O quanto mais cedo esquecer-me, mas cedo anularei a dor
Que dentro de mim é uma tarde interna que chove
Quase interminavelmente...
Mastigo essa nuvem sem razão de ser
E fantasio um outro mundo,
Onde estrelas são espelhos onde podemos ver a extremidade de tudo,
Onde as ruas são goles de vinhos
Que bebemos para transcender alem dos muros cotidianos,
Sim
Aceito a infinitude das tempestades
Não aceito a finitude das sensações.
De: João Leno Lima

Entulho Cósmico

Toda a palavra é um verso e todo o verso é um infinito

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