Profundezas

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08:57

estou em todos os oceanos mais profundos,
nadando em correntezas revoltosas rumo ao sublime,
navegando em estradas ensopadas
de memórias dilaceradas por medo e sonhos,
o sonho nadando comigo
é a representação suprema dessa realidade,
versos-peixe trafegando em meios a encontros com o destino,
instantes saindo de pequenas crateras
e becos escuros onde também reside lagrimas
em tom claro-escuro,
meu corpo é a matéria oceânica
onde sussurros brotam para atrair algas soluçantes,
desço mais perto de mim mesmo,
adormeço perto dos dentes
feito cravos transcendentais dos tubarões
e acordo em meio a gemido uivante das baleias
que pretendem alcançar a lua mais uma vez,
vozes distantes vindos das mais distantes
profundezas oceânicas dos universos
Carregam-me nos braços
como a mãe que carrega seu bebe
ate as portas no seu oceano intimo
e vou com elas para as mais perfeitas eternidades
sabendo que o oceano é uma parte da minha alma
assim como as nuvens
e os universos inteiros
e que meu ser quebra-se como uma onda
no infinito ao alcançá-lo
e sabendo que meus sonhos jamais naufragam
assim como os oceanos que não se esgotam
nem as nuvem deixam de sobrevoá-los
eu sobrevôo a mim mesmo
como toda a profundidade dos sentidos
sim, sou todos os oceanos que sonho.



By João Leno Lima

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A Natureza Intima Absoluta

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08:18





Quero todos os universos ao mesmo tempo.
cada gota da chuva e canto do mundo,
fragmentos do espaço interior de cada ser
e restos de delírios de cada sonho,
na verdade quero cada sonho
e mergulhar minha alma
num estado transcendente
entre a nuvem e o cosmo absoluto.
quero todos os universos ao mesmo tempo,
transformar tua sombra
num bom ambiente pra leituras magníficas
e teu lábios num pequeno tesouro
com anéis de saturno em volta,
quero embarcar numa paixão inevitável
e sucumbir só quando o sol estiver sucumbindo
lá nos tempos remotos quando serei de outro mundo,
quero correr pelos poentes
a procura do melhor angulo de visão do horizonte
quero segurar nos braços do futuro
e não mais nas pontas dos dedos,
o espaço irreparável onde dois seres se cruzam
formando ecos tempestuosos, mas que jamais cessam
a chama secreta da memória viva.
preciso reencarnar dentro dos meus próprios sonhos
e ter a chance de ser todos
e ninguém ao mesmo tempo mais ume vez,
como o deserto jamais
deserto para si mesmo por ser seu todo,
como a lua inexplivacelmente radiante num céu intimo,
quero todos os universos ao mesmo tempo,
na profunda profanação da escuridão,
desdenhando espíritos mutilados por si mesmo;
que pretendem mutilar o organismo da minha liberdade,
capsular meu olhos e deixá-los turvos,
estou pronto para ser absudizo pelo útero dos deuses,
sou a esperança feita meteria,
sou aquela criança que se viu adulta
e chorou nos colos do crepúsculo
e recebeu seus conselhos que alegraram a aurora,
ah quero todos os universos ao mesmo tempo,
nenhuma fagulha de nada e vazio me engoli
por que estou dentro das profundezas
das mais âmagas das distancias intimas,
pretendo ser oceano
logo em seguida de ser um buraco negro reverso
que irradiará luz
para os cantos mais nebulosos das almas,
cada lágrima me cobrirá com seu manto celeste
vindo do silencio de um instante sublime
onde perceberei a beleza que há em viver,
no alvoroço das ruas perceberei de longe
as caricias dos sonhos sendo consumados
para dá lugar a outros sonhos,
abismos e precipícios sempre existirão
mas eu quero todos os infinitos ao mesmo tempo.


By João Leno Lima

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