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Quadro de Van Gogh


Ao me reconciliar com os universos eu alcanço-me.
olhares calmos mesmo no escuro
entregam-se ao absoluto sussurro.
sobrevôo os firmamentos
as esferas
os hemisférios
os quatro cantos dos cinco sentidos
e laço-me pelos campos vangohganos
como nuvens sopradas pelos deuses
para entrelaçar nossos olhos com o sublime.
com tua voz eu espero asas.
me transformo em cometa ao atingir o tempo-espaço,
o átomo que percorre os mundos para se unir a novas existências,
a matemática do invisível visível no sentir,
a música que se constrói e se desfaz
os satélites de saturnos me abraçando,
pequenos poentes brotam nas minhas mãos,
observo as nuvens para encontrar tua forma magistral.
o verme do medo devora a sombra do meu passado,
no império dos meus sentidos
decreto a infinitude do sonho,
Van Gogh e Magritte te esculpiram na minha alma possível,
blues e vinhos sentados na montanha flutuante,
nos campos verdes
almas vestidas de nuvens dançam nos nossos sentidos,
quantos sentidos são possíveis num sonho impossível?
não existe sonho impossível
existe a força na natureza do sentir...
sinto...
Chat Baker tocando nos anos luz das minhas memórias,
sinto o vento do tempo-espaço,
canto-me além de mim,
dou contornos no meu mundo,
voltas e voltas no mar das sensações,
antídoto feito de versos perfeitos,
não, não quero fugir dos universos,
não quero definhar perto da porta irreal,
sim, esse poema lança-se
buscando universos inteiros dentro e fora de mim
sim, na melancólica meia luz das noites solitárias
minha alma brilha para iluminar novos versos sendo escritos,
a profundidade de um verso é mesma de um sonho,
a profundidade do sonho é a mesma da alma,
a profundidade da alma é a mesma de uma poesia,
e a profundidade da poesia é cada um nós
e despenco para cima rumo ao sublime...
ah...reconciliando-me com todos os universos



bY: João Leno Lima

24 de Outubro de 2008

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