Nós, A incógnita experiência

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19:00

Por | Cronie

relações-humanas

 

Não demos certo ou simplesmente ainda precisamos acreditar que um dia resolveremos todos os problemas, filosóficos, políticos, sociais, científicos? Resolveremos a problemática da felicidade? Do Amor? Do ódio? Das guerras? Frias e calorosas, da guerra dia-a-dia pela sobrevivência, nós, de países ainda em desenvolvimento. Qual desenvolvimento? Moral? Racional? Cultural? Matamo-nos a todos diariamente, alguns se nutrem desta desgraça outros lutam para isto acabar. São sempre duas forças contínuas, uma destrutiva outra autodestrutiva, o panorama não é otimista.

Há tantas questões para serem reestruturas. Como viverão nossos netos? Como viverão nossos filhos? A tecnologia vem se mostrando fascinante e/ou viral em toda a sua opulência, mas pouco se mostra capaz de ser vantajosa para todos e não passar de um mero jogo da manipulação publicitária. O mundo de hoje, início do século 21 é uma incógnita, um oceanos escuro com vida mas que vai sendo poluído lentamente. Alguns acreditam que seja a ganância, para outros é o dinheiro, para muitos é o próprio homem.

Sim, homens e mulheres habitantes deste enorme e pequeno planeta na periferia da galáxia. Um ponto azul no meio da escuridão. Nossa raça, nossa espécie, pode ser a única e a última, o que faremos para continuar? Ir devagar, quase, parando, ou andar mais rápido rumo ao progresso, desta vez, homogêneo? Se vão se salvar a todos ou só àqueles que fazem parte do grande banquete? A gravidade implacável vai derrubando a todos, um por um. Religiões, seitas, teorias, fé, nós humanos amamos o desconhecido e amamos tão ou mais a esperança. O mergulho pelos nevoeiros da morte para quem sabe, nadar ao encontro de algo mais belo, mais real, até, infernal, céu, purgatório, adoramos dar nomes e interpretações épicas para densas incertezas. E as relações humanas? Frias em sua complexidade mas vulcânica em sua essência. Uns atacam outros salvam vidas, se doam, querem compartilhar com os outros animais deste planeta, enquanto uns querem apenas, come-lós. Há sempre o antagonismo.

Lei, regras, controle social, mídias, interesses ocultos e múltiplos, põem em jogo nosso caráter, quem por acaso tiver, alguns não têm, não sabem, não foram ensinados, ou seria, adestrados? Precisamos de tantas cargas, pesos, métodos, a juventude é tão curta, a velhice é longa e passageira e a infância inalcançável e bela, mas sabemos disso apenas tarde demais. O amor, inexorável, gélido para conservar as memórias, fogueira que queima a consciência na outra ponta. Poderoso antídoto floreado, poetizado, trágico, para alguns, irreal, químico, desnecessário. Mais uma vez as forças contrárias, agindo no final, juntas, no mesmo barco, na mesma linha mas em direções contrárias, que não raro, colidem.

Alguns chamam de bem e mal, outros preferem acreditar na força indomável da natureza. Para alguns a natureza das coisas não existe, está tudo suspenso, o destino é um conto de fadas e o acaso é o grande imperador deste mundo. Para outros, Deus impera, para muitos, nada pode ser provado, portanto, tudo pode ser verdade ou relativo, ou contrário, os deuses podem ser astronautas ou podem ser, nós mesmos no futuro ou no passado ou para muitos; deuses mesmos, maiores que nós.

O mundo está à beira do abismo como dizia o poeta beat, mas ao contrário dele, o que virá depois já se sabe: O fim, o colapso. Nossos recursos naturais, nossos animais, nossas floresta, nosso ar, nossas relações demasiadamente humanas, o futuro parece uma nuvem de fumaça assustadoramente oculta, quase imperceptível, medonha, não pessimista nem otimista, apenas um fato que podemos desprezar ao pensar nós e no presente ou mudar, ao pensar quem somos e o porquê nascemos de fato, e até isso está em cheque. Ainda não somos viajantes do tempo mas podemos hoje, mudar o futuro com a simplicidade do querer mudar esta experiência que é, viver.

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Por | Andrey Tasso

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Missão Rosetta: sonda Philae pousa com sucesso no cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko

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15:37

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Depois de uma longa jornada de dez anos pelo Sistema Solar, finalmente chegou o grande dia para a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA). Nesta quarta-feira (12/11), o módulo de pouso Philae aterrissou com sucesso no cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko por volta das 13h30 (horário de Brasília), mas só tivemos a confirmação de que tudo correu bem em torno de 14h10 - o atraso se deve ao tempo que o sinal demora para viajar pelo espaço e percorrer os cerca de 400 milhões de quilômetros até a Terra.

A sonda robótica Philae foi ejetada às 6h35 e levou cerca de sete horas para percorrer os 22,5 quilômetros que a separavam da superfície do astro. Com o pouso bem sucedido, o dia de hoje entra para a história da exploração espacial: pela primeira vez, um objeto construído pela humanidade realiza uma aterrissagem em um cometa.

Os sinais recebidos pela ESA permitiram confirmar que o pouso foi suave, e a única questão que agora preocupa os cientistas e engenheiros da agência é o indício de que os arpões que devem prender o robô ao solo parecem não ter sido disparados. Uma nova tentativa deverá ser feita em breve.

Após o evento desta quarta-feira, a sonda Rosetta continuará orbitando e estudando aspectos do corpo celeste com seus 11 instrumentos científicos, enquanto o módulo de pouso Philae conduz experimentos in loco por meio de 10 equipamentos diferentes.

O 67P/Churyumov–Gerasimenko leva em média seis anos e meio para completar uma órbita em torno do sol e, como qualquer cometa, preserva materiais intactos provenientes dos primórdios do Sistema Solar, formados há cerca de 4,6 bilhões de anos - por isso a importância da missão, que pode vir a esclarecer questões fundamentais como o surgimento da vida e a abundância de água na Terra, assim como a formação do nosso e dos outros planetas.

 

FONTE | Revista Galileu

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Explorando O Universo Com ‘Universal Consciousness’ De Alice Coltrane

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22:31

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Há muito já se sabia que Alice Coltrane havia achado uma forma de explorar as galáxias, muito além da física elementar, muito além de qualquer teoria plausível, suas descobertas propulsoras estavam em harpas-pássaros que sobrevoavam as claves até então ocultas e desafiavam o som ao baile perante os Cinturões da Via láctea. Já nas primeiras faixas, Universal Consciousness vai escavando o misterioso vácuo, nossos ouvidos pressionados pelos ecos indomáveis do percurso, gritam como elefantes mágicos fugindo do circo mântrico da inconsciência e saltando pelos descampados limites onde a Voyager é fotografada e já ultrapassada progressivamente.

Battle At Armageddon’ segue explorando as dimensões, sobrepondo-se em uma bateria descontínua enquanto metais vão abrindo as vísceras e reconstruindo a beleza não obvia e reluzente de nossos chácaras. Aqui o jazz é o suco mítico que escorre do átomo lúdico debaixo das saias orientais de Alice Coltrane. A certeza de quem somos até aqui, dependerá de nossa retorcida natureza passageira, espontâneo em seu confuso alicerce, capaz de proezas bélicas de palavras e de ruidosos textos nas costas do espaço intrínseco.

Oh Allah’  nos apresenta os primeiros raios do sol de alguma nebulosa que vai sendo desvendada em pequenos olhares pelos solavancos dos ombros ou pelas silhuetas sábias da musa. Uma oração crepúsculos que se afasta de nós como um passageiro futurístico que se perdeu de vista antes da chegada inconfessável ao extremo pulsar das estrelas. ‘Hare Krishina’  é a chagada aos úteros das singularidades, desbravando os anéis muito mais distante daqueles vistos tão de perto em saturno, pelas cores que jamais poderíamos conhecer e que vão sendo escolhidas a dedo por Coltrane. Ela, na particularidade profunda de uma declamação mosaica que refaz antigas máximas humanas, que redesenha as notas musicais para além da geometria, para além do som combinado entre duas ou mais formas inventadas pelos campos harmônicos do destino.

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Recriando a beleza libertadora da canção sem qualquer resquício terreno, Alice olha para os lados e entrega-se aos seus próprios limites de beleza até então desgastado pelo antigo senhor-tempo, esse já apenas uma nomenclatura em algum lugar do passado. ‘Sita Ram’  é aquela razão que emerge do líquido olhar pingando nas bordas dos exoplanetas e causando sensações de arco-íris por quem por ventura puder perceber naquele instante nas longínquas civilizações invisíveis. Mas, temos que voltar, ou não, e The Ankh Of Amen-Ra’ faz nossa reentrada pelos litorais dos berços estelares. Cometas são agora pequenos golfinhos que se arremessam nas órbitas de algum satélite a fim de conhecer seu lado secreto e fabuloso. Voltamos a avistar a terra, Alice mergulha, não no mar, mas sim em harpas vestidas de oceanos que amortecem nossa consciência.

Explorar o universo sob as bênçãos de Alice Coltrane e seu Universal Consciousness é uma experiência metafísica que só a arte é capaz de abrir tal porta.

Track |

1. Universal Consciousness

2. Battle At Armageddon

3. Oh Allah

4. Hare Krishna

5. Sita Ram

6. The Ankh Of Amen-Ra

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